quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

É o que se sabe dela

Será que um dia você vai saber que eu por dentro sou só sensibilidade, fragilidade e falta de confiança? E uma pessoa tão difícil de lidar, tão difícil de entender? Praticamente um bebê? Que não é que gosta de ser cuidado, que precisa ser cuidado? Que tem que ouvir coisas boas e certezas para conseguir viver em paz? Que não é autosuficiente? E que por isso tudo tem tanta vergonha e que não se mostra e que se esconde e que às vezes se esconde tão bem ao ponto de quase ninguém a descobrir?

Essa criança chorona, que tem vergonha, que bate o pé, que faz pirraça, que é teimosa, que tem coração mole, que acredita na igualdade, que se contradiz, que tem medo do escuro, que reza toda noite, que brinca de ser gente grande, você já olhou pra ela? Já olhou nela? O que você viu? O que ela deixou você ver? Por que é assim que funciona, é criança, é inocente, mas só faz o que ela quer e não faz docinho, não. Quando ela não quer, ela não quer e quando ela quer, sai da frente.

E tem gente que acha que é mimada e enigmática, que blasfêmia! Já me falaram que é só olhar, é tão transparente que chega a enganar, é mimada porque quer sempre muito carinho, muita atenção, mesmo negando, empurrando e brigando, como eu disse... Só quer atenção.

Sai cantando feliz, bate palma, dá risadinha e balança as perninhas, que ela não perca isso jamais e que ninguém se afaste por medo de machucar, porque apesar de não saber, tem um sistema imunológico muito poderoso, afinal, já se machucou tanto pulando amarelinha, brincando de pique-esconde, apostando corrida e até brincando de boneca. Não, ela não sabe do potencial dela e quem pode saber? Não há estudos nem gráficos, dela só se sabe-se que cresceu e que continua do jeito foi

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