sexta-feira, 17 de junho de 2011
Pequena teimosa
Estávamos eu e uma amiga no shopping, comendo uma pizza. Era sábado e tinha várias famílias espalhadas pelas mesas da praça de alimentação. Uma família em especial me chamou a atenção, talvez fossem duas famílias reunidas, não sei dizer. Havia duas mulheres adultas, uma menina de uns 13 anos, um menino de uns 7 e outra menina de, no máximo, 5 anos. Eles também estavam comendo pizza e a pequena não estava se entendendo com os talheres. A irmã dela, pelo menos eu acho que é, devido a semelhança das duas: bem brancas, loiras, olhos azuis... Quis ajudá-la, tomando de sua mão desajeitada os talheres para que partisse o pedaço da pequena. Eis que está esperneou, brigou e agarrou fortemente o garfo e faca impedindo a irmã de ajudá-la. A princípio, me pareceu uma menina muito teimosa, birrenta e mimada, extremamente mimada. Odeio julgar as pessoas malvadamente. Então me coloquei no lugar dela e a entendi. Entendi muito bem, eu já estive no lugar dela, querendo as mesmas coisas que ela: auto-suficiência, liberdade e, principalmente, queríamos conseguir as coisas por nós mesmas. A irmã reclamou com a mãe da rebeldia da pequena, que estava fazendo uma bagunça e se sujando toda tentando cortar aquele pedaço de pizza. A mãe advertiu a pequena para não passar em branco e deixou por isso mesmo. Então, continuou a tentar, ela não conseguia cortar a massa; com o garfo ela só pegava o queijo. Mais pra perto do final desse processo, ela já estava impaciente... Tinha se sujado toda, mas não conseguia, ainda, cortar a massa, e então, de forma sutil, pediu a irmã que a ajudasse. Engolindo o seu orgulho e aprendendo a ser humilde. A vida é assim, sujamos as mãos, lutamos para sermos independentes, lutamos por aquilo que queremos, mas chegamos à um ponto onde não mais conseguimos seguir sozinhos. Tão importante quanto alcançar nossos objetivos e buscarmos nossa autonomia, é reconhecer a importância que o outro têm na nossa vida e a nossa necessidade dele.
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As coisas simples da vida ensinam muito mais do que qualquer sermão... Afinal, só nos momentos de silencio ou autismo momentâneo é que conseguimos pensar na vida e em nossas ações. É só saber olhar com humildade e se por no lugar do próximo. Lindo Post! (Acabei refletindo mais do que elogiei hahaha)
ResponderExcluirTe imagino devorando essa menina com os olhos. Goostei. De onde veio essa inspiração gente. :O
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