Uma carta, um pedido, uma explicação

Bom Jesus do Itabapoana, 01 de Junho de 2011

          Amada família,

Não são muitos os que estão comigo, que me acompanham ou que me incentivam. Na verdade, com uma única mão poderia contar, ou até meia. A decisão está tomada, a direção escolhida, nada mais me prende... O medo que sinto não é o meu, você sabe, é o de vocês. Perguntas lançadas que eu não posso responder, ninguém pode. Quem sabe dessa vida? Nós tomamos a direção, mas o caminho é uma variável. Não me pergunte de resultados, não ainda!

Vou amá-los em qualquer lugar. Desde quando amor prende um sonhador pé-no-chão de 18 anos? Eu preciso sair, eu preciso arrumar minha mochila e partir. Partir pro mundo que vai querer partir... Partir meu coração, autoconfiança, fé, idéias, ideais... Eu sei que ele vai querer, mas isso não significa êxito nenhum da parte dele. Cadê todo aquele discurso de que sou forte e flexível e poderosa? Vocês fizeram eu acreditar em tudo isso e não querem me deixar ir? Por quê?

Não, não me fale que é medo de eu sofrer porque eu vou sofrer muito mais se não me aventurar e correr atrás do que eu acredito, deixar minha marca no tempo; Não me prive de tentá-lo, eu seria infeliz, mesmo ao lado de vocês. Venham me ver, venham comigo, me confortem quando em dor. Não se assustem com minhas palavras, nunca disse que esperava um conto de fadas, tenho conhecimento de que, fora da nossa casa, as coisas não estão bonitas e mesmo assim eu vou sair, é preciso.

Eu ficarei bem, mando notícias e sempre que o mundo lá fora for severo demais, eu volto pra me recarregar de paz, amor, confiança e vontade. Volto em breve, fiquem bem, pois enquanto estiverem, lá fora eu estarei também. Com amor e sempre com amor,

Daianne.