quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Posso navegar?

E é verdade que as palavras andam passando tão rápido por minha mente que mal consigo entendê-las, meus sentimentos codificados de tal maneira que nem eu posso interpretar. Se por acaso achar que isso não vinga, que se enganou, que não é isso o que você quer, me fala, me fala enquanto ainda estou na praia, não me deixe navegar mais distante se você acha que o tempo não está bom, não faz isso comigo. Tenho que confessar, essa água profunda e escura onde não vejo um palmo de profundidade me dá medo, pode haver tubarões, pode haver golfinhos, pode não haver nada e essa incerteza me dá medo, pelo menos quando estou sozinha. Não pule do nosso barco, não vá para outros mares me deixando tão sozinha com a tempestade, se esse barco quebrar, virar, eu não sei nadar, não tenho bóia, não tenho colete salva-vidas. Se pedir para ficar é pedir muito, me fale, me deixe sob aviso, deixa eu me prevenir, levar um bússola para não ficar desorientada, perdida, sabia que eu odeio ficar assim? Me avise para eu levar um colete também, estarei cansada e sem vontade de viver. Eu sei, eu sou dramática. Nunca neguei também que parte de mim é muito jovem, que parte de mim não sabe quase nada, mas sabe, por exemplo, que não é possível me sentir bem com o seu mal estar, que é incrivelmente doloroso não te ver feliz comigo e que eu quero, antes de tudo, lealdade. E é só isso o que eu te peço. Quero amor, mas não o peço. Quero paciência, mas não a cobro. Quero tolerância, mas não a exijo. Quero atenção, mas não a solicito. Quero carinho, mas não o rogo. Quero você, mas não te impeço de ir e vir.

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