quarta-feira, 2 de março de 2011

Foi assim


Ele a buscou em sua casa, saiu do carro e se cumprimentaram com dois beijinhos na bochecha. Aquele dia ela estava cansada de tentar fazer dar certo, ela simplesmente não queria mais tentar. Ela queria saber se ele ia tentar ou se entregaria os pontos. Pois é, ele devia estar cansado também. Entre conversas superficiais e entediantes, ele falava ao telefone alguma coisa sobre frango com a sua mãe. Isso foi muito interessante. Eles não se tocaram, nem chegavam a se olhar direito. Foram ao cinema e aquele foi um momento anestésico, ela não sentiu nada, não sentiram nada, nem desconforto. Ele a deixou na frente do prédio e então se beijaram, eles sabiam - era o fim. Tão tangível, parecia até coisa de filme. Ela não perguntou quando eles íam se ver ou se ele ligaria. E ela soube a resposta que ela tanto queria: ele não queria preocupação, não queria se envolver, não queria conversar. Então ninguém se preocupou, ninguém se envolveu, ninguém conversou. Porque era o fim, porque era inevitável.

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