Não sei

Não sei exatamente o que quero dizer ou como dizer e se é que vou dizer realmente alguma coisa, meus dedos dançam pelo teclado.

Esse negócio de gostar é mesmo uma merda. Não importa, é sempre uma merda, quem foi que inventou isso? Não estou acostumada com isso e cresci ouvindo dizer que "quando a esmola é grande o santo desconfia". Então você com esse jeito cheio de atenções, carinhos, que não não me decepciona e sempre tem uma boa desculpa, me deixa profundamente desconfiada e desperta o meu lado mais neurótico, paranóico e maníaco. As cicatrizes do passado também não ajudam.

No fundo, sou muito insegura e não importa o quanto você fale o porque de gostar de mim, eu não vou acreditar totalmente, talvez eu tenha uma baixa auto-estima bem escondida por tantas piadinhas e brincadeiras.

Não quero me envolver, nem me entregar, nem gostar, mas está tudo saindo do controle e como eu odeio o incerto, o incontrolável e o desconhecido. Perder o controle é algo medonho, isso expõem o quão frágil eu sou e faz de mim um alvo fácil para machucar. Eu devia ter caído fora enquanto eu podia, eu devia ter percebido que você me deixar tão a vontade para falar sobre mim, meus sonhos, dúvidas, manias, esquicitices e minha história não era bom sinal, eu devia ter corrido léguas de você quando o silêncio veio e não se mostrou constrangedor.

Talvez se eu não fosse extremista e pudesse esconder algumas partes de mim, ter uma carta na manga, tudo seria mais fácil, mas essa não sou eu. Eu sou tudo ou nada, não gosto do meio termo, não conheço meio termo, pelo menos quando  assunto é sentimentos. Ou eu te amo ou eu, no mínimo, estou pouco me fudendo importando com você.

Não sei até quando esses meus dois lados extremistas vão existir, fico me perguntando quantas dores de amor vou superar, quantas vezes vou conseguir me levantar, queria saber também se o pior é permanecer escravo do amor ou ser um insensível que nem conhece tal sentimento. Provavelmente a segunda opção é mais fácil e estável, sabe? Sem motanhas-russas amorosas, sem dor... Mas também sem aquela alegria explosiva. Acho muito triste quando alguém consegue abrir mão de tal felicidade por não suportar sofrer novamente, imagino que a dor não seja o único motivo que leva alguém a fazer tal escolha.

Não me vejo fazendo a escolha de ser o insensível, não consigo abrir mão dos momentos felizes, eles são bons demais, superam qualquer dor. E além do mais eu necessito muito dela, é pior e melhor que qualquer droga.

"Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre"