segunda-feira, 9 de maio de 2011

Noite sem estrelas, dia nublado, alma em festa.


Pela fresta da janela o vento entrou, sem permissão, desarrumando a cortina e deixando feixes de luz invadirem o quarto. O dia estava lindo, o céu incrivelmente azul e alegre, que só servia para me lembrar como eu estava tão fora de sintonia com o mundo.

Em outros dias eu teria saltado da cama e ido passear no parque. Mas meus olhos já doloridos e inchados só se machucaram ainda mais com a invasão daquela luz e de todo aquele azul. Noite passada estava tão linda quanto essa manhã, como se alguém lá em cima estivesse tentando me animar e mostrar toda a beleza que eu estava perdendo, mas surtiu o efeito contrário.

Aquela noite foi a mais longa de toda a minha vida, parecia uma eternidade. Não me lembro quando foi que os soluços pararam de me sacolejar e me deixaram adormecer. De qualquer forma, me abracei e fiquei em posição fetal na cama, de costas para a janela e toda aquela alegria.

A campainha tocou e eu estava decidida a continuar deitada. Uma infinidade de minutos passaram e seja lá quem estava tocando a maldita da campainha, na certa esqueceu do dedo lá. Será que ela não ia desistir nunca? Perdido no meio da cobertas meu celular começou a tocar; no visor piscava o seu nome. Então eu sabia quem também estava na porta.

Mas não ia atender, nem a porta, nem a ligação. Ligação que eu esperei, desesperadamente, ontem. Com aquela voz e com aquele rosto de gente com caxumba não atenderia ninguém, muito menos ele. E tanto o celular quanto a campainha continuavam a tocar, chegávamos novamente num impasse, essa era nossa especialidade.

Minha mente oca e sem saber mais o que pensar e o que dizer; meu corpo cansado e cansado ficou como e onde estava. Fechei os olhos e resolvi esquecer - por hora - toda aquela confusão. Adormeci novamente.

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